sábado, 13 de abril de 2013

Memórias Póstumas de Bras Cubas - Machado de Assis

Memórias Póstumas de Brás Cubas é um livro de Machado de Assis onde o próprio narrador é o personagem, a história da vida de Brás Cubas é relatava por ele mesmo depois de morto. 
Conta a história, os amores e experiências vividas por um homem de boa posição social que não consegue nenhum de seus sonhos e perspectivas de vida. 
A lógica de sua estrutura é criativa e inovadora, a seqüência do livro é determinada pelas reflexões dos personagens. A obra produz 160 capítulos, e há falta de coerência narrativa.
Na obra, Brás Cubas se apaixona por Marcela uma prostituta de elite, em que são separados quando ele vai estudar na Europa. Brás fica noivo de Virgília, mas logo lhe é tomada por outro candidato a deputado. Envolve-se com outras moças, e vive um romance escondido. Brás e Quincas Borba, seu grande amigo se encontram várias vezes ao decorrer da história. Segue a ideia do Humanitismo, criado por Quincas.
Uma obra muito interessante, que me despertou um grande interesse. Memórias Póstumas é um livro que com certeza merece ser lido.
Machado de Assis escreve o livro em sua fase realista, onde representa uma verdadeira ideia de revolução e formas. É uma obra que inicia o romance psicológico no Brasil.




Memórias Póstumas de Brás Cubas conta a história de Brás Cubas, onde ele é o próprio narrador depois de morto. Ele mesmo se intitula de defunto-autor. O livro começa com a morte de Brás e seu enterro cuja causa teria sido uma pneumonia. Brás Cubas nasceu no dia 20 de outubro de 1805, e gerou uma grande alegria a toda sua família e um orgulho enorme ao pai por haver tido um filho homem. O garoto, em toda sua infância recebia mimos e aos cinco anos de idade recebeu o apelido de ‘menino diabo’. Mesmo com pouca idade, suas diabruras começam fazer vítimas, nas quais seu pai não dava importância. Com nove anos, Brás assistia a um jantar de comemoração pela derrota de Napoleão, a onde queria doces, mas ninguém lhe dava atenção pois ela estava toda voltada ao Doutor Villaça, por isso o menino começou a gritar até ser retirado da mesa por Tia Emerenciana. Devido ao acontecido, o garoto sentiu uma enorme necessidade de vingança contra Doutor Villaça. Brás o vigiou e descobriu que se encontrava às escondidas, atrás de uma moita com Dona Eusébia, irmã de um sargento-mor. Para que todos ficassem sabendo, o garoto saiu gritando o que tinha visto. Após esse episódio, conta que cresceu normalmente. Ia à escola onde tinha aulas com o professor Ludgero Barata e onde conhece um de seus melhores amigos, Quincas Borba. Com dezessete anos, se envolve com uma prostituta espanhola, Marcela, a primeira mulher de sua vida, por quem se apaixona e que lhe custava várias jóias e presente diversos. Quando seu pai desconfia do romance, manda Brás para estudar na Europa. Viaja para Portugal onde confessa que era um estudante medíocre, mas mesmo assim conseguiu seu diploma. Após algum tempo, Brás volta ao Rio de Janeiro e chega a tempo de ver sua mãe viva, que sofria de um câncer no estômago e estava à beira da morte. Ele, pela primeira vez, se depara com uma perda realmente grande e confessa até então ser um presunçoso que só se preocupava com coisas fúteis. Inconformado com a morte da mãe, resolve passar um tempo em uma propriedade da família, na Tijuca. Onde levou livros, espingarda, roupas, charutos e Prudêncio, um antigo escravo da família de mesma idade. Brás ficou na propriedade por uma semana, e quando já se mostrava cansado da solidão, decidido a voltar para a cidade. Justamente neste momento, o escravo conta ao patrão que Dona Eusébia e filha, se mudaram para a casa ao lado e lhe pergunta se não gostaria de ir visitá-la, Brás se lembra de um ocorrido em que denunciara Doutor Villaça e Dona Eusébia por estarem escondidos atrás da moita, e se recusa a ir. Mas, o escravo recorda Brás que quem vestira sua mãe quando morta fora Dona Eusébia, e ele resolve ir visitá-la. Nesse mesmo dia, o pai de Brás vai até a propriedade e leva duas propostas ao filho: uma candidatura para deputado e um excelente casamento com Virgília, filha do conselheiro e político Dutra. O pai tenta convencer o filho, que reluta. Aconselha o filho dizendo que era melhor valer pelo que a sociedade pensava. Brás concorda com os dois projetos e diz ir embora no dia seguinte, depois de visitar Dona Eusébia. A visita à velha amiga da família retardou a ida de Brás e foi ali que conheceu Eugênia, a quem ele mentalmente chamava de “a flor da moita”, já que a menina era fruto de um relacionamento entre Dona Eusébia e Villaça. Ele simpatiza-se com a jovem e pensa que poderia tirar proveito da situação, e se lembra de como era a mãe, motivo pelo qual espera conseguir algo da filha, e consegue beijá-la. A moça diz ser dona de uma enorme dignidade o que confunde Brás, que descobre em Eugênia o defeito se ser coxa (manca). Através desses aspectos, Brás Cubas decide não se envolver mais com a moça, também porque ela estava em uma condição social inferior a sua. Depois de voltar à cidade, decide aceitar os projetos do pai e conhece Virgília, começam a namorar e está prestes a se candidatar. Brás se encontra com Marcela, que estava com o rosto “cheio de bexigas”, a beleza de sua juventude desaparecera o que lhe incomodava. Depois de seu noivado com Virgília, surge Lobo Neves, um homem inteligente e astuto que lhe toma Virgília e a candidatura. Seu pai inconformado com o fracasso do filho, dizia decepcionado “Um Cubas”, e após quatro meses, morre. Brás, a irmã Sabina e Cotrim, seu cunhado, fazem a partilha dos bens o que gera grande discussão, e saem brigados. Nesta mesma época Brás recebe notícias por um primo de Virgília, que ela e o marido estavam voltando ao Rio. Eles se encontram um dia, e ela estava belíssima. Lobo Neves o convida para uma reunião íntima em sua casa. Nesta época Brás Cubas escrevia em um jornal textos literários e políticos. Foi na noite da reunião que os dois antigos noivos tiveram um maior contato, e a partir daí reataram um romance e se encontravam escondidos. O marido era desconfiado e toda a cidade suspeitava dos dois amantes. Brás convidou Virgília para que fugissem, mas ela não aceitou. Depois de certo acontecido em que Virgília disfarça todo o afeto que sentiam um pelo outro, decidem arrumar um lugar onde se encontrariam sem que ninguém soubesse. Começaram a se encontrar numa casinha na Gamboa e Dona Plácida seria quem tomaria conta de lá. Algum tempo depois, Lobo Neves recebe um convite para ser o presidente da província, e os amantes ficaram desesperados, pois não teriam como se encontrar. Mas Neves não aceitou também por causa de o número do decreto 13, era trágico a ele. Dessa forma, os dois apaixonados continuaram a se encontrar na casinha da Gamboa. Durante os acontecimentos, Brás Cubas se encontra de repente com Quincas Borba, que se tornara mendigo. Neste episódio, Quincas acaba roubando o relógio de Brás. Nessa época, Brás se reconcilia com a família e passa a visitar a casa de Sabina novamente. A irmã insistia em um casamento para Brás, e dizia que um homem em tal posição não podia continuar sem um herdeiro para o nome da família. No entanto, seu relacionamento com Virgília, está no ponto máximo, já que corriam o risco de se separarem. Ela diz-se grávida e Brás comenta que esse embrião era de “obscura paternidade” e o imaginava-o dono de um belo futuro, indo a escola, tornando-se bacharel e discursando na câmara dos deputados. Mas Virgília perde o filho e, além disso, o marido recebe uma carta anônima acusando os dois amantes. A mulher nega fervorosamente, mas Lobo Neves continua desconfiado. Brás decide se afastar da casa do casal, mesmo porque o espaço na Gamboa estava acobertado. Algum tempo depois, Lobo Neves entra em relações com o Ministério e consegue uma posição como presidente da província, agora com o número 31. Brás e Virgília mantém um certo diálogo antes da partida, o qual ele não sofreu. Também nasceu sua segunda sobrinha e segundo ele, esta era a filosofia das folhas velhas, que caem e morrem enquanto outras nascem. 
Ele mesmo agitava-se e de vez em quando recorria ás suas cartas de juventude. Tal reclusão, entretanto, com seus pensamentos mais confusos, passou pensativo pelo reaparecimento de Quincas Borba e seu envolvimento com Dona Elália, chamada de Nhã-Loló. A jovem tinha dezenove anos, era filha de Damasceno e faltava-lhe certa elegância, segundo Brás, mas tinha belos olhos e um rosto angelical. Sabina insistia na ideia do casamento dos dois, e quando se deu conta, Brás já estava nos braços da jovem, e passado três meses da partida de Virgília, eles já estavam noivos. Mas Nhã-Loló morreu repentinamente antes do casamento. Quincas Borba aparece depois com uma herança pela qual o tirara da miséria e voltou a ocupar uma boa posição social. Também havia criado uma filosofia Humanitista, a qual dizia que o mundo é uma projeção de humanistas, que seria a substâncias de todas as coisas existentes, da qual elas emanam. Para Quincas, mesmo aquilo que nos parece negativo, tem uma função essencial. Quincas e Brás se encontraram várias vezes. Brás tornou-se deputado e Lobo Neves volta ao Rio. Ambos estavam na mesma câmara. Não sentiu nenhum remorso e reencontrou a antiga amante num baile. E ela continuava bela, os dois conversaram muito, mas sem falar sobre o passado. 
Brás teve momentos de certa tristeza. Tinha cinquenta anos! Mas Quincas garantiu- lhe que era a idade da ciência e do amadurecimento. Brás decide estar mais envolvido nos problemas políticos. Desejava o cargo de ministro, coisa que também não conseguiu e nem mesmo a explicação através de Quincas sobre o Humanitismo, foi capaz de animá-lo. Passado algum tempo, recebe uma carta de Virgília, pedindo-lhe que vá visitar Dona Plácida, que está morrendo na miséria. Pensou em recusar, mas afinal a senhora havia sido alcoviteira durante tanto tempo. Morre Dona Plácida e Brás decide fundar um jornal, que era uma aplicação políitica do Humanitismo. Era um jornal oposicionista, o que levou a rompimento de relações com Cotrim. Algum tempo depois, morre Lobo Neves. Brás Cubas reconciliou-se novamente com o cunhado e filiou-se a uma Ordem Terceira, responsável por ajudar as pessoas necessitadas. Cansou-se depois de alguns meses. Na Ordem Terceira reencontrou Marcela, que morreu no mesmo dia em que ele foi visitar um cortiço no qual encontrou Eugênia, segundo ele, tão coxa como a deixara e ainda mais triste. Finalmente, Brás conta que Quincas partiu para Minas Gerais algum tempo antes e, ao voltar, estava louco. E, o mais triste e paradoxal, tinha consciência de sua loucura. Ele explica que entre a morte de Quincas Borba e a sua, aconteceram os episódios narrados no começo do livro, em especial, a ideia fixa da criação do emplasto Brás Cubas. Conclui sua longa e entrecortada narrativa através de um capítulo que busca resumir a vida pela negação: não alcançou a celebridade, não foi califa, não se casou, não foi ministro. Entretanto, observa que a negação pode ser positiva: não padeceu a morte de Dona Plácida ou a demência de Quincas Borba. Assim, alguns leitores até poderiam imaginar que ele saiu quite com a vida, mas não. A última negativa revela o ceticismo do narrador em relação ao mundo, diz que ao não ter filho seu saldo positivo, pois assim não transmitiu a nenhuma criatura o legado de nossa miséria. 



Memórias Póstumas de Bras Cubas
Autor: Assis, Machado de
Romance
Categoria: Leitura Nacional
Ano: 1881
Site de Apoio: http://www.resumodelivros.com.br/m/machado-de-assis/memorias-postumas-de-bras-cubas/


Por: Luana Franco.

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